A Associação Angolana de Energias Renováveis (ASAER) defende a existência de garantias soberanas e a protecção das empresas que invistam no sector da produção de energia.
As empresas que actuam no sector das energias renováveis sugerem a emissão de garantias soberanas para incentivar o surgimento de novos projectos e promover a instalação de mais empresas especializadas no País. Este mecanismo também pode servir para dar maior segurança ao investidor privado num contexto de tarifas baixas, preços subsidiados e forte intervenção estatal no mercado energético. A posição é defendida pela Associação Angolana de Energias Renováveis (ASAER), numa entrevista concedida pelo seu presidente ao jornal Expansão.
O investimento privado no sector da produção de energia é ainda residual por ser pouco atractivo devido às baixas tarifas e aos receios ao nível do pagamento dos subsídios a preços. Uma eventual mudança nas tarifas teria consequências directas para as empresas e famílias angolanas.
“No nosso entendimento, não faz sentido que o Estado continue a investirem energias renováveis porque já existem, neste momento, muitos investidores interessados, que no fundo apenas precisam de ver políticas governamentais mais favoráveis a esse tipo de iniciativa”, acredita Victor Fontes, presidente da ASAER, que defende que o contexto afecta “muito mais as pequenas empresas” porque quase não obtêm “retorno do investimento”. O gestor lamenta também a ausência de “um mecanismo claro”, com regras bem fundamentadas, sobre a emissão de garantias soberanas.
Até 2023 serão concluídas mais sete centrais fotovoltaicas que irão permitir a instalação de 1 milhão de painéis solares em 60 comunas das províncias do Huambo, Benguela, Lunda-Sul, Lunda-Norte, Moxico e Bié. No total, vão produzir 369 megawatts. Até ao momento Angola já investiu mais de 809 milhões EUR neste tipo de projectos, o equivalente a 346 mil milhões Kz.
24/06/2022