Parceria com Angola mostra que plano do G7 é “mais transparente” que Rota da Seda

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O Presidente dos Estados Unidos afirmou hoje que uma parceria estabelecida entre duas empresas americanas e o Governo angolano comprova que o plano de infra-estruturas recém-anunciado pelo G7 é “mais transparente” do que a Nova Rota da Seda chinesa.

“Contrariamente à China, os projectos [de infra-estruturas com base no plano acordado pelo G7] vão ser feitos de maneira transparente e com padrões muito elevados. Por exemplo, o Governo dos Estados Unidos acaba de facilitar novas parcerias entre duas empresas americanas e o Governo de Angola para investir dois mil milhões de dólares [1,918 mil milhões de euros] para desenvolver um projecto solar significativo em Angola”, afirmou Joe Biden.

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) falava em conferência de imprensa em Madrid, no final da cimeira dos chefes de Estado e de Governo da NATO, tendo abordado o plano de infra-estruturas e investimento acordado pelos países do G7 que visa responder ao projecto chinês da Nova Rota da Seda.

Segundo Joe Biden, a parceria irá “ajudar Angola a cumprir os seus objectivos climáticos e a responder às suas necessidades energéticas enquanto cria novos mercados para tecnologias americanas e bons empregos em Angola”.

“Como já disse muitas vezes, quando penso em clima, penso em trabalhos”, sublinhou.

Sobre o plano acordado pelos líderes do G7, Biden afirmou que visa “oferecer melhores opções para que países em desenvolvimento ou de médio rendimento respondam às suas necessidades mais urgentes em termos de infra-estruturas”.

O Presidente norte-americano afirmou ainda que o plano em questão permitirá arrecadar “milhões de dólares”.

“Poderá possivelmente arrecadar até um bilião de dólares de dinheiro do sector privado (…) e 600 mil milhões de dólares só nos próximos anos”, frisou.

No domingo, Joe Biden anunciou que o G7 quer avançar com um programa de investimentos para países em desenvolvimento e mobilizar 600 mil milhões de dólares (568,5 mil milhões de euros).

Daquele montante, Washington mobilizará 200 mil milhões de dólares (189,50 mil milhões de euros), através de fundos públicos e privados, nos próximos cinco anos.

O Presidente norte-americano destacou que os investimentos em infra-estruturas são cruciais para o desenvolvimento sustentável e para se alcançar a “estabilidade global”.

Joe Biden acrescentou que os países em desenvolvimento geralmente não têm infra-estruturas que os ajudem a lidar com crises, como a pandemia de covid-19, “então sentem o impacto, com mais força, e têm mais dificuldade de recuperarem num mundo profundamente conectado”.

“Esta não é apenas uma preocupação humanitária”, continuou. “É uma preocupação económica e de segurança para todos nós”, salientou.

A Casa Branca disse, em comunicado, que a iniciativa “Colaboração para as Infra-estruturas e Investimento Global” visa promover o desenvolvimento de países de baixo e médio rendimento, fortalecer a economia global e a cadeia de suprimentos.

Biden enfatizou que este plano concentra-se em áreas como saúde e segurança sanitária, conectividade digital, igualdade de género, segurança climática e energética.

No contexto deste plano, o Presidente norte-americano referiu a criação de um cabo submarino que ligará o Sudeste Asiático ao Médio Oriente e à Europa Ocidental, que foi adjudicado à empresa de telecomunicações norte-americana SubCom.

Os EUA também querem mobilizar 335 milhões de dólares (317,42 milhões de euros) para investimentos que permitam fornecer internet e tecnologia financeira a países da África, Ásia e América Latina.

Este plano de macro infra-estruturas foi proposto por Biden na cimeira do G7 no ano passado, que decorreu no Reino Unido.

O plano pretende ser uma alternativa ao projecto chinês “One Belt, One Road”, que visa revitalizar a chamada Rota da Seda, modernizando infra-estruturas e telecomunicações para melhorar a conectividade entre a Ásia e a Europa.

30/06/2022