Gana relata primeiros casos de vírus mortal Marburg

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Não existe tratamento ou vacina para o vírus Marburg, que se pode espalhar através de animais infectados, como os morcegos.

Dois casos do vírus mortal Marburg foram identificados no Gana. Foi a primeira vez que a doença, que é muito semelhante ao Ébola, foi identificada no país da África Ocidental. No início do mês, amostras de sangue recolhidas em duas pessoas, na região sul de Ashanti, identificaram a presença do vírus.

As amostras foram enviadas para o Instituto Pasteur no Senegal, que confirmou o diagnóstico, disse o Serviço de Saúde do Gana (GHS). “Esta é a primeira vez que o Gana confirma a presença do vírus Marburg”, disse o Chefe do GHS, Patrick Kuma-Aboagye.

Não existe tratamento ou vacina para o Marburg, que é quase tão mortal quanto a Ébola. Os sintomas incluem febre alta e sangramento interno e externo.

Noventa e oito pessoas identificadas como casos de contacto foram colocadas em quarentena, disse o comunicado do GHS, revelando que não foi identificado mais nenhum outro caso de Marburg no Gana.

A Organização Mundial da Saúde declarou o primeiro surto: “As autoridades de saúde responderam rapidamente, preparando-se para um possível surto”, disse o director regional da OMS para a África, Dr. Matshidiso Moeti.

“Isso é bom porque sem acção imediata e decisiva, o vírus Marburg pode facilmente espalhar-se pela população. A OMS está no terreno a apoiar as autoridades de saúde e agora que o surto foi declarado, mobilizámos mais recursos.”

Surtos anteriores e casos esporádicos do vírus foram relatados em Angola, República Democrática do Congo, Quénia, África do Sul e Uganda, segundo a OMS.

O vírus Marburg pode espalhar-se através de animais infectados, incluindo morcegos.

“O público é, portanto, aconselhado a evitar cavernas habitadas por colónias de morcegos, e a cozinhar todos os produtos de carne antes do consumo”, aconselharam as autoridades de saúde de Gana.

Além disso, qualquer pessoa identificada como tendo estado em contacto com os doentes, incluindo a equipa médica, deve isolar-se.

A doença viral atinge os doentes muito rapidamente, provocando febres altas e fortes dores de cabeça. As taxas de mortalidade em casos confirmados variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, segundo a OMS.

18/07/2022