A Lucapa Diamond Company, empresa australiana que explora a mina do Lulo, na Lunda Norte, com a Endiama e a Rosa & Pétalas como sócios, apresentou esta semana o seu relatório de actividades do primeiro trimestre de 2023, anunciado novos recordes de produção e novos gigantes retirados do seu aluvião.
Como cartão-de-visita, o Lulo, a mina angolana “mãe” dos maiores e mais valiosos diamantes extraídos no país desde sempre, apresenta em todo o mundo a fonte da “pedra” de 404 quilates encontrada em Fevereiro de 2016, o mais pesado, um de 227, o segundo maior da indústria diamantífera angolana e o “Lulo Rose”, colorido de 170 quilates, cor-de-rosa, que valeu 70 milhões USD, um recorde mundial para este tipo de gema.
Sobre os resultados do primeiro trimestre de 2023, com dados até 31 de Março, o director executivo da Lucapa, Stephen Wetherall, citado pela Mining Review, sublinha que a exploração no Lulo atingiu neste período “um nível excepcional”, batendo mesmo recorde análogo a 2022, embora o ano passado tenha já sido marcado pelo recorde de produção, 154 mil quilates, desde que a mina iniciou trabalhos em 2016, tendo neste período em analise registado um crescimento de 37% face ao mesmo período de 2022, com mais 7,165 quilates. No que toca a resultados, o relatório aponta para o encaixe de 12,6 milhões USD e um preço médio por quilate de 1,759 dólares norte-americanos, sendo que este valor é, efectivamente, superior, porque nele não estão substanciados os três diamantes especiais encontrados até 31 de Março mas não colocados ainda no mercado. Estão neste lote de três diamantes um total de 316 quilates.
Embora estas palavras devam ser vistas à luz dos interesses de uma empresa cotada em bolsa, o Lulo não esconde que é, de longe, a mina que mais tem contribuído para a fama dos diamantes de qualidade superior da indústria diamantífera angolana, tendo, já este ano, brotado das suas entranhas, 0 36º diamante com mais de 100 quilates, um type Ila branco de 150 quilates.
A mina angolana liderada pela australiana Lucapa é conhecida por ser de aluvião, o que quer dizer que as gemas ali encontradas estão depositadas em leitos de rio, sendo uma das maiores curiosidades da indústria mundial dos diamantes a possibilidade de ser encontrado o kimberlito que alimenta estes gigantes, tendo a empresa já anunciado que está a investir milhões na busca da fonte primária das gemas especiais que por ali parecem abundar.
Novo Jornal, 19/04/2023