O Banco Nacional de Angola (BNA) realizou os testes de “stress” em 2023 aos bancos, mas os resultados não constam do relatório de estabilidade financeira do primeiro semestre do ano passado, divulgado recentemente pelo regulador, ocultando assim, conclusão da avaliação à banca, em cenários económicos adversos.
“No âmbito do ciclo anual do Processo de Análise e Avaliação de Supervisão (SREP), no primeiro trimestre de 2023, foi efectuado o Teste de Esforço ao Sistema, de modo a testar a resiliência das mesmas a cenários macroeconómicos adversos, que culminou com o reforço de capital para o cumprimento dos Requisitos de Pilar 2 (RP2) e Orientações de Pilar 2 (OP2) de Basileia, por parte de alguns bancos”, lê-se no documento.
Esta é única vez que o banco central menciona os testes de stress, quando nos relatórios anteriores divulgava os resultados e o número de bancos que “chumbavam” na avaliação. Por exemplo, no ano passado, tal como noticiou o Expansão na edição 744, sete bancos, quase um terço das instituições bancárias que operam no País, não passaram nos testes de “stress” realizado pelo BNA na segunda metade de 2022, depois de ficar dois anos sem divulgar os testes.
O teste de esforço (stress test na língua inglesa) é feito a todos os bancos autorizados a operar na da praça nacional, e consiste em avaliar a capacidade das instituições bancárias em resistirem a um cenário macroeconómico adverso projectado para um período de 12 meses. Normalmente, o cenário baseia-se em quatro riscos, nomeadamente, o risco de crédito, de mercado, operacional e o risco da taxa de juro da carteira bancária.
Assim, para a identificação dos riscos do sistema financeiro nacional, o BNA realiza testes de “stress”, que consistem na análise do impacto, individualmente em cada banco e no agregado do sistema, de “choques” em algumas variáveis que afectam a actividade bancária, como a deterioração nos níveis de risco da carteira de crédito aos segmentos “empresas” e “particulares”, a apreciação ou depreciação do Kwanza, a perda de activos no exterior, a fuga de depósitos e os movimentos da taxa de juro da carteira bancária.
Expansão , 01/05/2024