O economista Heitor de Carvalho defendeu que a política de Estado deve ser feita pelo Estado e não pelos bancos, portanto, “é necessário esquecer essa ideia de meter os bancos a fazer o que devia ser o Estado a fazer”, disse.
O também investigador e coordenador do Centro de Investigação da Universidade Lusíada de Angola entende que o Estado tem obrigado os bancos a dar créditos com taxas mais baixas, quando ao invés, o Banco Nacional devia posicionar a taxa de cedência para a produção o mais baixo possível para tudo que fosse relacionado com a produção. “Ir mesmo além do Aviso 10, já que o aviso restringe. Há mais produção além do que o Aviso consegue albergar”, defendeu na sua apresentação durante a primeira edição da “Conferência Economia 100 Makas”.
Heitor de Carvalho disse que o Estado podia por exemplo, “fixar a taxa de cedência para a produção em 5%, enquanto a do consumo em 20%, assim os bancos dariam créditos para a prodição com taxas mais baratas, e não seria problema, o BNA tem liquidez para isso”.
Só assim se resolve ou pelo menos se caminha para a solução do problema, já que “estamos a dar mais crédito a procura que oferta, quando temos deficit de oferta”, rematou.
Uma medida que tem de ser acompanhada de trabalhos na questão das garantias, para diminuir o risco dos bancos. “Um trabalho que Fundo de Garantia de Crédito (FGC) tem estado a fazer. Mas essas garantias não podem ser dadas só por dar, devendo haver uma avaliação mais robusta das garantias que se dá”, finalizou o académico.
Forbes África Lusofona , 15/04/2024