João Gouveia Monteiro, professor catedrático na Universidade de Coimbra, destacou a importância crucial da imigração como recurso para combater o envelhecimento demográfico em Portugal.
Em entrevista ao jornal Diário de Notícias, o co autor do livro “Portugal 50 Anos Depois do 25 de Abril”, defendeu que a imigração não apenas rejuvenesce a força de trabalho, mas também sustenta o sistema de Segurança Social do país.
Com Portugal figurando entre os dez países mais envelhecidos do mundo, a preocupação com a demografia é palpável. “Estamos numa situação de desequilíbrio demográfico delicadíssima”, afirmou Monteiro, ressaltando que a taxa de natalidade está abaixo do necessário para manter o equilíbrio populacional.
“Em 2022, os filhos de mãe estrangeira nascidos em Portugal representaram 17% do total de bebés”, apontou, evidenciando a contribuição significativa da imigração para a renovação demográfica.
Monteiro propôs uma abordagem de três pontos para a política de imigração: estabelecimento de regras claras e limites, foco na imigração qualificada, especialmente nas áreas técnico-econômicas onde há escassez de mão de obra, e garantia de acolhimento digno para as famílias imigrantes. “Não podemos acolher toda a gente, temos de ter regras e limites para isto, de outro modo seria incomportável”, explicou.
O professor também destacou o potencial da imigração para ajudar no desenvolvimento das regiões mais afastadas do litoral português, que têm sofrido com a desertificação e o encolhimento demográfico. “O desenvolvimento do interior também pode beneficiar muito com a chegada de imigrantes”, afirmou.
16/04/2024