PGR pode abrir investigação contra antigo Ministro da Indústria e Comércio

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O antigo Ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, exonerado na última quarta feira, poderá ser investigado pela Procuradoria Geral da República, por questões relacionadas a gestão da Reserva Estratégica Alimentar (REA).

De acordo com o portal A Denúncia, a exoneração de Victor Fernandes começa com o negócio do Grupo Carrinho (Gescesta) e a Reserva Estratégica Alimentar (REA) versus Entreposto Aduaneiro de Angola (EAA)/Produtos da Cesta Básica.

O portal aponta irregularidades no processo termininou com a atribuição da gestão da REA aos actuais gestores, bem como no processo de importação de produtos.

“Em Outubro de 2021, com elevada dose de equívocos e omissões, foram licenciadas facturas para importar produtos da REA, sem nenhum instrumento jurídico nem contrato com o Banco Keve (aqui há uma forte ligação com a ministra das Finanças Vera Daves de Sousa, que vamos explicar depois) para legitimar a linha de crédito e as condições de financiamento, sem que com isto estivesse também claro quem seriam os verdadeiros donos da mercadoria, cujas facturas de importação datavam de Junho, Julho e Agosto.”

Ainda de acordo com o porta, a Gescesta foi seleccionada (com critérios duvidosos) como operadora mas, no fundo, passou a ser gestora de facto da REA, porque, antes da nomeação do novo Conselho de Administração do EAA, já havia sido oficiosamente indicado um coordenador da REA, que, consequentemente, foi nomeado PCA do EAA, cujas actividades já eram um dado adquirido – desde aquisição de mercadoria, criação de equipas de trabalho junto da Gescesta, pesquisa de armazéns”.

Outro problema apontado a gestão de Victor Fernandes, é a atribuição de exlcusividade de importação de toda a mercadoria da REA a empresa MANTY, aos preços de importação que impõe nas facturas.

“É dado adquirido, de acordo com a nossa investigação jornalística, que essa empresa que fornece produtos diversos não é produtora. É Trader, o que encarece mais as commodities da cesta básica, sendo também parceiro directo da Leonor Carrinho, que gere a Gescesta”, escreve a publicação, realçando que naa prática, a Gescesta e a Leonor Carrinho controlam toda a cadeia logística, desde a indicação de fornecedor (exclusivo) até à venda sem nenhum controlo do Estado”.

14/07/2023