A consultora especializada em riqueza New World Wealth prevê que o número de milionários africanos aumente mais de 40% nos próximos dez anos, para quase 200 mil pessoas, mas caindo 28% em Angola desde 2012.
“A população milionária de África deverá aumentar cerca de 42% nos próximos dez anos, para chegar a cerca de 195 mil pessoas em 2032”, lê-se no relatório sobre a riqueza africana, hoje divulgado, que dá conta de uma queda de 28% do número de milionários em Angola entre 2012 e 2022, para 2.400.
As Ilhas Maurícias serão o principal ponto de crescimento, com o estudo a prever um aumento de 75% do número de milionários, numa lista em que cinco países (África do Sul, Egito, Nigéria, Quénia e Marrocos) representam mais de metade do total de milionários, ou seja, de indivíduos com mais de um milhão de dólares (912 mil euros), e mais de 90% das pessoas com mais de mil milhões de dólares (912 milhões de euros).
Entre os setores onde deverá haver mais investimentos dos milionários africanos estão o turismo ecológico, as coleções de carros de luxo, as obras de arte e a astronomia.
No relatório, apresenta-se um retrato dos milionários em África, concluindo-se que “aproximadamente 18.500 indivíduos de elevado valor deixaram África na última década, com a maioria a ir para o Reino Unido, os Estados Unidos da América e os Emirados Árabes Unidos, havendo também uma migração significativa para Austrália, Canadá, França, Israel, Mónaco, Nova Zelândia, Portugal e Suíça”.
Relativamente aos países lusófonos, apenas Angola e Moçambique são referidos, como estando entre os 20 países onde há um número maior de milionários.
Angola, na 11.ª posição dos países com mais ricos, tem 2.400 milionários e quatro ‘centimilionários’, ou seja, com mais de 100 milhões de dólares (91,2 milhões de euros), e Moçambique, em 16.º, tem 1.100 pessoas com mais de um milhão de dólares, das quais apenas duas têm mais de 100 milhões de dólares.
A previsão de crescimento, no período em análise, do número de pessoas com mais de um milhão de dólares é de 18% para Moçambique, conclui o documento.
RTP, 01/11/2024