Em causa está um projecto estimado em 500 milhões USD, assinado sem consulta e consentimento dos membros do bloco.
Os Investidores do bloco petrolífero 2/05 anunciaram que não reconhecem o acordo assinado entre o operador a Etu Energias (ex-Somoil) e a SLB (ex-Schlumberger), empresa prestadora de serviços à indústria petrolífera. Em causa está um projecto estimado em 500 milhões USD, assinado durante a conferência Oil Conferência Angola Oil and Gas 2023, sem consulta prévia dos membros do bloco.
O grupo de investidores é constituído por quatro empresas, nomeadamente a Falcon Oil de António Mosquito, a Prodoil de Pedro Godinho, a Kotoil, que entre os sócios se destaca Lopo do Nascimento, e a Poliedro, que conta com Roberto de Almeida, Maria Mambo Café e o general Sanjar (ambos falecidos). Juntos detêm 64% do bloco 2/05.
Assim, por unanimidade, os quatro membros do grupo empreiteiro não deram aval ao referido acordo, por alegada falta de consulta prévia sobre matérias “que poderão ter impacto nas finanças do bloco operado pela Etu Energias”, que detém 36% do referido bloco.
Contactado pelo Expansão, o empresário Pedro Godinho, presidente da Prodoil, disse que os membros do grupo até ao momento não conhecem os termos e condições do contrato, e que a ETU Energias agiu com falta de transparência.
“Antes havíamos pedido à ex- -Somoil para dar a conhecimento o que se devia assinar , ignoram-nos. A própria Schlumberger contactou-nos, apresentámos os nossos argumentos e garantiu que não haveria assinatura”, afirmou.
Segundo o empresário, os investidores só foram informados sobre o acordo 24 horas antes da assinatura e apenas receberam um resumo do que foi assinado 8 dias depois da assinatura do acordo, isto no dia 22 de Setembro. “Eles prepararam o acordo e não nos deram a conhecer, mandaram uma carta para os membros do grupo empreiteiro um dia antes de assinar o contrato sem sequer nos dar a conhecer os termos e condições”, realçou.
Assim, Pedro Godinho espera que a Etu Energias tome alguma decisão, uma vez que foram contactados e até ao momento não houve qualquer reunião entre o operador e os investidores.
“O comunicado é o primeiro sinal. A segunda reacção, caso insista com este comportamento, será invocar o artigo do acordo de operações conjuntas, demonstrando que o operador está a agir de má-fé. E caso seja necessário, recorrer para tirar o papel de operador da empresa”, advertiu.
Expansão , 10/02/2023