Mais 29,2% no frango, mais 23,4% na carne de vaca e 4.8% no aumento da carne de porco, num total de 289,2 milhões de dólares.
Os números relativos ao sector das carnes mostram que as importações continuam a crescer, sendo que a produção nacional não consegue ganhar espaço junto dos consumidores, até porque em termos globais o consumo não aumentou na ordem do crescimento dos volumes das importações.
A carne de frango, que continua a ser o produto PRODESI mais importado, teve um aumento de quase 30% em valor relativamente ao período homólogo de 2022, ao passar de 157,67 milhões Kz para 203,71 milhões, e de quase 20% em quantidade, de 133,79 mil toneladas o ano passado para 159,65 toneladas este ano. É importante referir que a entrada das coxas de frango na Reserva Estratégica Alimentar contribuiu para o aumento das importações, este é um produto que na sua maioria vem de fora e que os produtores nacionais têm dificuldade em oferecer, levando ao seu desinvestimento neste segmento.
Em termos práticos, as coxas de frango inundaram o mercado, sendo que fica pouco espaço para a produção nacional, que pela sua dimensão tem a necessidade de vender o animal completo, até porque ainda há insuficiência de unidades de corte e tratamento do frango para acompanhar este mercado. Se a opcção da REA tivesse sido apenas a carne de frango, certamente que mais produtores nacionais poderiam ter preço e condições para vender.
Já relativamente à carne de porco, que diga-se é um produto que tem tido em termos mundiais uma queda lenta mas sustentada, houve um incremento de 4,8% nas importações, subindo de 50,65 milhões USD em 2022 para 53,1 milhões USD em 2023. Diga-se que parte deste valor destina-se à indústria nacional de charcutaria, sendo que as maiores unidades industriais de enchidos trabalham com carcaças de porco importadas.
Já relativamente à carne de vaca, onde tem havido um forte investimento do Governo na promoção da produção e em infraestruturas de abate e comercialização, não há por agora resultados. Nos primeiros sete meses do ano as importações voltaram a subir a uma taxa superior a 20%, 23,4% em valor (32,43 milhões USD) e 20,7% em quantidade (12,42 mil toneladas). Este diferencial de 2,7% nas taxas de crescimento em quantidade e valor refletem o aumento dos preços médios nos mercados internacionais.
Neste particular, apesar de todos os esforços e projectos do ministério da tutela, de onde se destaca a tentativa frustrada de povoar o planalto da Camabatela, os resultados ainda não se fazem sentir nas exportações. Apesar dos inúmeros projectos que vão sendo apresentados, dos efectivos bovinos que desfilam nas televisões e nas feiras regionais, grande parte do consumo continua a ser garantido pelas importações. E continuam a crescer.
Expansão , 09/01/2023