Governo pode abrandar remoção dos subsídios aos combustíveis, diz vera Daves

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O Executivo tem um acordo com o Banco Mundial e com o FMI para a retirada dos subsídios aos combustíveis, que começou este ano, depois de já ter adiado essa meta várias vezes. No dia 02 de Junho, o Governo estabeleceu um preço de 300 Kz por litro para gasolina, um aumento de 87,5% face aos 160 Kz por litro praticados anteriormente. Ainda mantêm-se inalterados, os subsídios dos restantes produtos, como o gasóleo, o gás de cozinha e o petróleo iluminante.

O Governo pode desacelerar a remoção dos subsídios aos combustíveis para evitar uma repetição dos protestos de Junho, contra a quase duplicação dos preços da gasolina, declarou a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, nesta segunda-feira à margem das reuniões anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Marraquexe (Marrocos).

Nenhuma decisão foi ainda tomada nas discussões internas em curso sobre a prorrogação do prazo final de 2025 para a eliminação progressiva dos subsídios, disse Vera Daves de Sousa citada pela agência de notícias Reuters, referindo que o Governo está “a aprender as lições do primeiro movimento, quando a sociedade reagiu com apreensão” ao aumento dos preços dos combustíveis.

Vera Daves de Sousa chefia a delegação que participa das reuniões anuais do FMI e Banco Mundial, que decorre de 09 a 15 de Outubro. Além da ministra das Finanças, a delegação que já se encontra em Marrocos desde domingo, integra o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, e o governador do BNA, Manuel Dias.

Dar nota que Angola gastou quase 2 biliões kz, cerca de 4 mil milhões USD, para cobrir as despesas com os subsídios aos combustíveis em 2021.

A questão dos subsídios aos combustíveis tem sido um tema que divide opiniões, para alguns especialistas apenas beneficia os mais ricos e deve ser retirado, para outros ajuda a reduzir o custo de vida das populações mais carenciadas que usam os transportes públicos e privados para se deslocar. Há ainda quem defenda que os subsídios fazem mais mal que bem à economia em especial na actividade da petrolífera estatal angolana, que tem visto nos últimos anos a sua dívida financeira relacionada com a importação dos combustíveis manter-se ao mesmo nível numa altura que precisa de a reduzir.

O Executivo tem um acordo com o Banco Mundial e com o FMI para iniciar a retirada aos subsídios a partir de Janeiro de 2023, depois de já ter adiado essa meta várias vezes.

No dia 02 de Junho, o Governo estabeleceu um preço de 300 Kz por litro para gasolina, um aumento de 87,5% face aos 160 Kz por litro praticados anteriormente. Mantêm-se inalterados, os subsídios dos restantes produtos, como o gasóleo, o gás de cozinha e o petróleo iluminante.

Expansão , 10/12/2023