Executivo sem plano emergencial para ‘travar’ subida de preços no mercado

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Açúcar, arroz, farinha de trigo e outros produtos deverão ser produzidos em maior escala, para responder à procura do mercado enquanto o Executivo procura gizar um plano para travar preços.

O Executivo voltou a apresentar a produção nacional como estratégia para ‘esquivar’ a actual problemática do desajuste entre o nível de oferta e a procura de produtos, medida que pode ter efeitos a médio e longo prazo, sem, no entanto, revelar qualquer plano emergencial para ‘travar’, a curto prazo, a tendência de subida de preços desses bens.

O Executivo quer apostar no fomento agrícola, razão pela qual, decidiu que a Reserva Estratégica Alimentar (REA) passará, doravante, a depender exclusivamente da produção local.

O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, disse que se fez o reforço do fundo de garantia de créditos, com cerca de 50 mil milhões de kwanzas para apoiar, sobretudo, empresas de pequena dimensão que têm dificuldades na apresentação de garantias sólidas para acesso ao crédito bancário. Aliás, no actual OGE, o Executivo alocou, também, 330 mil milhões de kwanzas para a emissão de garantias soberanas para as empresas de média e grande dimensão.

É facto que durante a 11.ª edição do café CIPRA, evento realizado para dialogar sobre o “impacto do investimento privado no sector produtivo”, António de Assis, ministro da Agricultura e Florestas, Rui Miguêns, ministro da Indústria e Comércio, e Lello Francisco, PCA da AIPEX, que se juntaram à José de Lima Massano, não apresentaram qualquer plano para ‘travar’, a curto prazo, a subida do preço do açúcar, arroz e outros produtos, enquanto aguardam-se pelos resultados da produção nacional em grandes quantidades.

Por exemplo, quanto à questão da farinha de trigo, cuja subida do preço já tem influenciado na comercialização do pão, o ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns, esclareceu que a solução passa, fundamentalmente, pelo aumento da produção de cereais.

“Para o pão, por exemplo, o que estamos a fazer é, em primeiro lugar, incentivar para que haja produção nacional. Essa é a resposta, é a solução. Não há outra solução mágica, não há varinhas mágicas, nem há soluções que se possam implementar de um dia para o outro”, explicou o governante.”

Além de sublinhar, também, a necessidade do aumento do nível de produção de cereais, Rui Miguêns afirmou que “estão a ser criadas condições para, do ponto de vista dos controlos necessários que precisam de ser feitos, garantir que não se utilizem eventuais escassez para fazer especulação dos preços”.

Economia e Mercado, 01/12/2024