O embaixador da Suíça em Angola, Lukas Johannes Gasser, afirmou, terça- feira, em Cabinda, que o seu país está interessado em devolver o capital (dinheiro) angolano depositado de forma ilícita naquele país europeu, na base do princípio de cooperação jurídica existente entre os dois Estados.
O diplomata, que esteve durante dois dias em Cabinda a manter contactos com as autoridades locais visando identificar possíveis áreas de investimento, não indicou o montante depositado de forma ilícita pelos angolanos na Suíça, mas anunciou estar em curso um processo jurídico tendente à devolução do dinheiro retirado de Angola.
“A Suíça é um país onde capitais de Angola foram depositados de forma ilícita e nós vamos devolver esse dinheiro, mediante um processo jurídico que decorre seguindo todos os princípios de cooperação jurídica que temos com Angola”, alertou o diplomata helvético.
O diplomata considerou importante o processo de combate à corrupção levado a cabo pelo Executivo angolano, salientando que dessa forma Angola ganhará mais confiança no contexto internacional e dos investidores. Lukas Johannes Gasser disse que a Suíça coopera com Angola no domínio do Comércio e que está interessada em estender a cooperação em outras áreas, com particular realce para a Saúde. “Nós cooperamos com Angola na área do Comércio, mas perspectivamos cooperar também no domínio da Saúde. Temos as melhores empresas farmacêuticas que estão interessadas em investir em Angola”, informou.
No caso particular de Cabinda, Lukas Johannes Gasser afirmou que o seu Governo está interessado em cooperar com a província nos domínios da Cultura, conservação da natureza (fauna e flora), visando desenvolver o turismo ecológico.
“Em Cabinda, a Suíça está interessada em cooperar, sobretudo, na conservação da natureza. Estamos interessados no potencial turístico da província e, principalmente, na floresta do Maiombe, visando desenvolver o turismo ecológico”, referiu.
Durante a sua estada em Cabinda, o embaixador helvético foi recebido pela governadora da província, Mara Quiosa, e pelo bispo da Diocese de Cabinda, Dom Belmiro Chissengueti, e efectuou visitas a empreendimentos sócio-culturais e económicos da região, com particular destaque ao Museu Regional, Conservatória do Registo Civil, Terminal Marítimo de Passageiros e ao Parque Nacional do Maiombe, no município madeireiro de Buco-Zau, 120 quilómetros a Norte da cidade capital da província (Cabinda).
A governadora de Cabinda, Mara Quiosa, disse ao embaixador da Suíça que a província dispõe de muitas potencialidades, mormente minerais, culturais, turísticas e agrícolas que podem ser exploradas pelos investidores daquele país.
“Cabinda é uma província que tem muito potencial do ponto de vista cultural, turístico, mineral, florestal e agrícola”, disse a governadora Mara Quiosa, para quem agregada a essas valências naturais está também o Regime Especial Tributário que a região beneficia, que pode ser um motivo de atracção de investidores suíços.
JA e CK, 03/02/2023