Um grupo de 80 especialistas analisou mais de 13 mil estudos científicos sobre a destruição de ecossistemas. Os analistas apontam para o facto de ser o Homem a principal causa da crise ambiental.
A humanidade deve deixar de considerar a natureza como fonte de lucro a curto prazo e passar a basear-se em “valores” que ligam o seu próprio bem-estar ao estado do planeta. O alerta vem da ONU e de um relatório publicado na segunda-feira, 11 de Julho.
A mudança é apontada como necessária para alcançar os objectivos de desenvolvimento sustentável e redução das desigualdades no mundo, ressalvam os especialistas em biodiversidade da ONU e do IPBES, a Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistémicos, num documento dedicado a “valores e avaliação da natureza”.
“A forma como abordamos o desenvolvimento económico está no centro da crise da biodiversidade”, afirma Unai Pascual, economista ambiental da Universidade de Berna e Co-Presidente do grupo de trabalho do IPBES, que apresentou o relatório numa reunião com 139 países.
Para a elaboração do relatório, 80 especialistas analisaram mais de 13 mil estudos científicos sobre a destruição de ecossistemas, investigando as razões para as mudanças e os valores que poderiam promover a sustentabilidade. Os analistas apontam para que seja o Homem a principal causa da crise ambiental, que está intimamente ligada às mudanças climáticas.
Desde 1950, a expectativa média de vida da população quase duplicou, enquanto a riqueza per capita (em termos de PIB) aumentou cinco vezes. “A natureza é o que nos permite viver” , disse a Chefe do Programa Ambiental da ONU, Inger Andersen. “É ela que nos fornece alimentos, cuidados, matérias-primas, oxigénio, regulação climática e muito mais”, finalizou.
15/07/2022
