Os financiamentos prometidos pelos Estados Unidos para diversos projetos em Angola ainda não foram desembolsados. Nos últimos anos, os EUA e Angola estreitaram suas relações, com a maior economia do mundo comprometendo-se a financiar bilhões de dólares para construção de infraestruturas na ex-colônia portuguesa.
Contudo, até o momento, não houve nenhum desembolso efetivo dos financiamentos já aprovados. Todos os projetos passaram pelo compliance da U.S. International Development Finance Corporation (DFC), agência do governo americano responsável pelo desenvolvimento externo, e aguardam aprovação final do Congresso dos EUA.
Com o anúncio da visita do presidente Joe Biden a Luanda, as autoridades angolanas esperam com grande expectativa que os primeiros dólares sejam liberados antes da chegada do líder americano. Fontes em Angola afirmaram que o consórcio vencedor da concessão do Corredor do Lobito, composto pelas empresas Trafigura Group, Vecturis, Mota-Engil e Engenharia e Construção África, tem operado com recursos próprios até o momento.
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério dos Transportes de Angola em 14 de setembro, o governo norte-americano mobilizou a liberação da primeira parcela, no valor de um bilhão de dólares, para acelerar a construção do Corredor do Lobito, anúncio pela coordenadora interina da Parceria para o Investimento Global em Infraestruturas (PGI), Helaina Matza. Esse financiamento representa apenas o início do apoio prometido pelos países do G7 para o desenvolvimento de infraestruturas na África.
Além disso, outros investimentos dos EUA incluem o apoio à transição energética em Angola, visando gerar 70% da eletricidade do país a partir de fontes renováveis até 2025. As empresas MCA e Sun Africa estão envolvidas na construção de parques solares em Angola, com um financiamento de 1,6 bilhões de dólares aprovado pelo Export-Import Bank dos EUA (EXIM). Esse projeto visa fornecer energia limpa e estável para áreas rurais.
A empresa angolana Omatapalo também está envolvida em projetos financiados pelos EUA. Em junho, o EXIM aprovou 900 milhões de dólares para a construção de duas usinas solares em Laúca e Catete, que terão uma capacidade total de 500 MW. A Omatapalo participa ainda de um projeto maior, avaliado em 1,6 bilhões de dólares, para a construção de mini-redes solares no sul de Angola.
O Grupo Carrinho, outra importante empresa angolana, está cotado para receber um financiamento de mais de 300 milhões de dólares, mas ainda não houve confirmação oficial sobre esse montante.
19/09/2024