A produção mundial de cocaína aumentou em 35 por cento, nos últimos dois anos, alerta a agência das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), num relatório divulgado, esta quinta-feira.
“O potencial para a expansão do mercado de cocaína na África e na Ásia é uma realidade perigosa”, começou por dizer o director executivo da agência das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Ghada Waly, que reflectia sobre a produção exponencial da droga no mundo.
“Peço aos governos e outros que considerem cuidadosamente as conclusões do relatório para determinar como essa ameaça transnacional pode ser abordada com respostas transnacionais baseadas na consciencialização, prevenção e cooperação internacional e regional”, alertou perante a diversificação dos meios de distribuição como o correio postal e o transporte marítimo aludidos no documento.
O relatório refere que o negócio da cocaína se concentra sobretudo nas Américas e em partes da Europa.
De acordo com a nota do organismo, a produção mundial deste estupefaciente disparou nos últimos dois anos, após uma desaceleração inicial causada pela pandemia da COVID-19.
Em 2021, as apreensões de cocaína atingiram um recorde de cerca de 2000 toneladas por todo o globo.
Segundo o responsável da UNODC este facto deve colocar as autoridades “em alerta máximo”.
Por fim, o documento sugere o aparecimento de novos centros dedicados ao tráfico desta substância, nas regiões do sudeste europeu e particularmente, na África Ocidental e Central, onde são cada vez mais utilizados como áreas de trânsito importantes para a circulação da mercadoria.
Jornal de Angola, 16/03/2023