Com reservas de petróleo e gás que representam aproximadamente 7,5% e 7,1% das reservas globais, respectivamente, o continente africano possui enormes oportunidades, através da sua distribuição nacional e internacional, de recursos naturais.
Habilitados por mudanças regulatórias progressivas e pela cada vez maior procura internacional por energia, existe agora um potencial significativo para que as nações africanas produtoras de petróleo e gás entrem numa nova era de prosperidade no mercado global da energia.
Com os oleodutos e gasodutos a ligarem os recursos do continente a uma base de consumidores diversificada e crescente, África está preparada para preencher a lacuna de fornecimento de gás natural na Europa, ao mesmo tempo que fornece energia confiável aos mercados domésticos. Estrategicamente localizada e projectada para capitalizar as actuais oportunidades do mercado, a infra-estrutura de oleodutos e gasodutos em África ganha força na procura pelo crescimento inclusivo e pela segurança energética sustentável.
Oleoduto da África Oriental
Pensado para se tornar o oleoduto aquecido mais comprido do mundo, depois da sua conclusão em 2025, o Oleoduto da África Oriental (EACOP) – com 1.443 km – transportará petróleo de Hoima, no oeste do Uganda, para a cidade portuária de Tanga, na Tanzânia. O projecto envolve a extracção de petróleo dos Campos Kingfisher e Tilenga, operados pela China National Offshore Oil Corporation e TotalEnergies, respectivamente. O petróleo extraído será refinado no Uganda para consumo local e exportado para o mercado internacional através do EACOP, que deverá ter uma capacidade de exportação de 216 mil barris de petróleo por dia.
Gasoduto Ajaokuta-Kaduna-Kano
Com a conclusão do Gasoduto Ajaokuta-Kaduna-Kano (AKK) programado para 2023, o gasoduto de 614 km da Nigéria aumentará o fornecimento de electricidade ao país, apoiando as indústrias de gás ao longo da sua rota, com as estimativas a apontarem para que este gasoduto ajude a gerar até 3,6 GW de energia depois de concluído. O projecto do gasoduto está dividido em três fases: a primeira de 200 km, destinada a conectar Ajaokuta à cidade central de Abuja, no Território da Capital Federal do país; a segunda ligará o Terminal de Gás de Abuja ao Terminal de Gás de Kaduna e terá uma extensão de 193 km; enquanto a fase final, de 221 km, transportará gás de Kaduna para Kano.
Gasoduto Trans-saariano
Com um custo de 13 biliões de dólares e uma extensão de 4.128 km, o Gasoduto Trans-Saharan transportará 30 biliões de metros cúbicos de gás natural por ano desde a cidade de Warri, um polo petrolífero no sul da Nigéria, até Hassi R’Mel na Argélia, uma cidade situada perto de um dos maiores campos de gás do mundo, o Campo de Gás Hassi R’Mel. Após a conclusão, o gasoduto fornecerá gás natural aos mercados europeus a partir da costa mediterrânea da Argélia, permitindo à República do Níger controlar as suas próprias reservas de gás natural, estimadas em 34 biliões de metros cúbicos.
Oleoduto Níger-Benin
Com uma capacidade projectada de 90 mil barris de petróleo por dia, o oleoduto transfronteiriço Níger-Benin vai ligar a Bacia do Rift de Agadem, no sudeste do Níger, ao Terminal do Porto de Seme, na República do Benin. Com uma secção de 1.275 km, passando pelo Níger, e uma seção de 675 km pelo Benin, o oleoduto de 1.980 km terá três estações de aquecimento e três estações de limpeza, representando o maior investimento transfronteiriço da China National Petroleum Corporation.
Gasoduto Nigéria-Marrocos
Com o estudo de viabilidade para a construção do gasoduto concluído pela Corporação Nacional de Petróleo da Nigéria e pelo Escritório Nacional Marroquino de Hidrocarbonetos e Minas, em Janeiro de 2019, o gasoduto Nigéria-Marrocos ligará o gás da Nigéria a todos os países costeiros da África Ocidental, ou seja de Lagos à cidade portuária de Cádiz, em Espanha, ligando Benin, Togo, Gana, Costa do Marfim, Libéria, Serra Leoa, Guiné-Conakry, Guiné-Bissau, Gâmbia, Senegal, Mauritânia e Marrocos. O gasoduto de 5.660 km será uma extensão do Gasoduto da África Ocidental e será concluído em várias etapas ao longo de 25 anos, com data de conclusão estimada para 2045 e um custo de 25 biliões de dólares.
07/12/2022
