O sector bancário angolano está a experienciar uma reestruturação significativa, com grupos empresariais considerados próximos ao círculo do Presidente João Lourenço a assumirem posições estratégicas nas principais instituições financeiras do país.
Após o Grupo Carrinho, liderado por Nelson Carrinho, comprar o Banco de Comércio e Indústria (BCI) e assegurar maioria do capital do Banco Keve — surge agora uma nova ofensiva: a Gemcorp Capital.
Segundo fontes fidedignas, a Kassai Capital, empresa de gestão de ativos do grupo Gemcorp, acaba de fechar um acordo estratégico que lhe confere mais de 70% do capital do Banco de Negócios Internacional (BNI Angola). A transação ainda aguarda o aval final dos reguladores, mas representa uma nova etapa na dominância do sistema bancário por grupos com relações consideradas próximas ao Executivo.
A Gemcorp, tida como uma das “estrelas” no firmamento da contratação pública na era de João Lourenço, já está presente no Banco Atlântico, e poderá aumentar sua participação nesse banco que enfrenta dificuldades financeiras, com sinais claros de pré-falência. Há notícias de que a Gemcorp também manifestou interesse em adquirir a posição no BFA.
Tulumba entra na corrida ao BFA
O empresário de Silvestre Tulumba, figura próxima da presidência, que já controla o Banco de Crédito do Sul (BCS) e o Banco Valor, está numa posição de destaque: manifestou interesse tanto no BFA quanto na própria Unitel, a operadora que detém 51,9 % do BFA, de acordo com a imprensa.
Outras figuras com influência direta na banca
António Mosquito – investidor destacado no setor bancário: possui participações no Banco Comercial Angolano (BCA) (1,82 %), Banco Sol (6,33 %), Caixa Geral Angola (BCGA) (12 %) e tem cerca de 19,5 % no Banco Caixa Geral Transações Angola (BCGTA).
Sebastião Bastos Lavrador – antigo governador do BNA, é presidente do Conselho de Administração do Banco BIC Angola, onde detém cerca de 5 % do capital, além de ter cerca de 5,5 % no Banco de Comércio e Habitação (BCH)
Mário Abílio Moreira Palhares – ex-acionista de referência do BNI Angola (54 %) antes da entrada da Gemcorp; também teve 35 % do Finibanco Angola (hoje Access Bank Angola) e 5 % no BAI.
25/06/2025
