Faturação da Mota Engil cresce 47% para €3804 milhões

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Grupo fechou 2022 com um resultado líquido de 41 milhões de euros (+69%) e uma redução da dívida de 17%. Carteira de encomendas atinge recorde de 12,6 mil milhões de euros. No ambiente, separa-se da Urbaser

Com um crescimento de 145% do volume de negócios para 1519 milhões de euros, a região da América Latina e em particular o México, foi a que mais contribuiu para a evolução da faturação do grupo Mota-Engil em 2022. O grupo anunciou esta quarta-feira ao mercado um crescimento de 47% da atividade em 2022 para um nível recorde de 3,8 mil milhões de euros, um nível recorde em 76 anos atividade. “Valor previsto para ser alcançado no Plano Estratégico em vigor apenas em 2026”, lê-se num comunicado esta quarta-feira divulgado. Um objetivo antecipado graças a contratos recentemente adjudicados como as linhas de metro no México e na Colômbia e o corredor do Lobito em Angola, entre outros, e que levaram a um crescimento de 69% no segundo semestre do ano passado.

Em Portugal, o volume de negócios do grupo cresceu 5% para 526 milhões de euros , representando 72% do total da região Europa e 9,6% do volume negócios total. A carteira de encomendas caiu 20% face a 2021 para 526 milhões de euros, o equivalente a 4% do total do grupo.

Quanto ao resultado líquido atribuído ao grupo, a Mota-Engil registou um aumento de 69% para 41 milhões. A par do aumento do volume de negócios, o grupo registou um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 541 milhões de euros, ultrapassando pela primeira vez o “teto” dos 500 milhões de euros.

A par do resultado operacional positivo, a Mota-Engil registou um aumento da capacidade de geração de caixa (cash-flow) da ordem dos 47% em termos homólogos para 608 milhões de euros. “O que contribuiu decisivamente para a redução de 17% da Dívida Líquida (-186 milhões de euros), que se situava em dezembro em 939milhões de euros, consolidando uma tendência que permitiu reduzir mais de 300 milhões de euros em dois anos”, afirma a empresa em comunicado.

Carteira de encomendas duplica face a 2020

Em 2022, a carteira de encomendas da Mota-Engil cresceu cerca de 5 mil milhões de euros para um nível histórico de 12,6 mil milhões de euros, mais do dobro das encomendas registadas em 2020. México e Angola são os principais mercados em destaque para o grupo. A atividade de Engenharia e Construção foi a que mais beneficiou com o crescimento do volume de negócios e das encomendas em África e na América Latina.

Esta área de negócio cresceu 57% em 2022, depois de um crescimento de 79% no segundo semestre do ano, com um valor superior a dois mil milhões de euros de produção, acrescenta o comunicado. Na América Latina, o volume de negócios aumentou 145%para 1.519 milhões de euros e um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 146 milhões de euros. “Para o desempenho operacional foi determinante o crescimento de 197% no México e de 85% no Peru, os dois mercados mais relevantes na região da América Latina”, lê-se no documento.

Já na região africana, a Mota-Engil registou um crescimento da atividade de 44% para 1.183 milhões de euros, com a grande maioria dos mercados a crescerem a dois dígitos, e com os negócios de Engenharia e Construção e de Serviços Industriais a crescerem 40% e 54%, respetivamente.

Quanto à Europa, apesar do crescimento de 5% em Portugal a atividade de Engenharia e Construção recuou 16% para 510 milhões de euros, devido à venda do negócio na Irlanda e Reino Unido e uma redução da exposição na Polónia (-30%) devido ao conflito na Ucrânia.

Ambiente cresce 26%

Na área de negócio, a Mota-Engil anunciou um crescimento de 26% no volume de volume de negócios, atingindo 556 milhões de euros, sobretudo devido ao aumento da atividade internacional (+43%) e do segmento de Tratamento (+26%). À margem dos resultados, o grupo informou esta quarta-feira que põe fim à parceria com a espanhola Urbaser, que datava de 1995.

Nos termos do acordo estabelecido a Mota-Engil vai adquirir a posição de capital de 38,5% na SUMA detida até agora pelo seu parceiro. O negócio, que terá ainda que ser aprovado pela Autoridade da Concorrência dará à Mota-Engil a totalidade do capital no negócio de recolha e de tratamento de resíduos, o que permitirá de futuro promover autonomamente a sua estratégia de internacionalização.

O acordo prevê que Urbaser fique com o controlo do tratamento de resíduos industriais mediante a compra da posição de 61.5% detida pela Mota-Engil neste segmento de atividade.

Expresso, 03/01/2023