Falta de investidores de referência faz IGAPE desistir da venda da ENSA

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O Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), pôs fim à privatização de 51% da seguradora pública ENSA por concurso e vai avançar pela alienação da empresa em Bolsa.

O processo de alienação da ENSA, que tinha sido aberto a 10 Junho de 2021 e visava a venda de 51% do seu capital através de um concurso limitado por prévia qualificação dirigido a investidores nacionais e estrangeiros, chegou ao fim sem que o Estado tivesse recebido propostas que reflectissem o real valor da empresa.

Num comunicado, divulgado na quinta feira, 23 de Junho, o IGAPE informou que “o processo atraiu o interesse de vários investidores de referência, quer angolanos, quer além-fronteiras. Porém, o contexto económico e financeiro conturbado pelo impacto da pandemia de covid-19 impediu o alcance dos objectivos pretendidos”.

Ao comentar o assunto na manhã desta sexta feira, o economista Carlos Rosado de Carvalho disse que o momento não é apropriado, além de que faltaram investidores de referência.

“A ENSA é a jóia da coroa dos seguros e o Estado tem que a vender por um bom valor”, disse, acrescentando que além do encaixe financeiro, que é importante, o Estado tem de vender a alguém “que saiba tocar a companhia para frente e que rentabilize os activos da mesma”.

Carlos Rosado defendeu alienação da seguradora em Bolsa a vários investidores e uma gestão de cariz privado para apresentar bons resultados.

Por outro lado, o economista acredita que a empresa pode continuar nas mãos do Estado, desde que bem gerida.

No exercício de 2021, a ENSA registou um lucro de 6,3 mil milhões de kwanzas, (9,8 milhões de euros ao câmbio de 31 de Dezembro do ano passado), o que representa uma queda de 64% face a 2020.

24/06/2022