Exportações de diamantes lapidados “disparam” 113,1%, para 23,5 milhões USD

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As fábricas reduziram as suas compras de diamantes brutos em Angola em cerca de 45%. A culpa é da incerteza dos preços no mercado internacional com a redução da procura por diamantes lapidados e no atraso do reembolso do IVA.

Angola exportou, em 2022, 23,5 milhões USD em diamantes lapidados, um aumento de 113,1%, em relação ao mesmo período de 2021, indicam os dados da Sodiam sobre a actividade de lapidação de diamantes em Angola.

De acordo com os dados, após a lapidação dos diamantes recebidos da Sodiam, foram exportados pelas fábricas de polimento 8.366,42 quilates, mais 4.085,56 quilates do que em 2021, o que equivale, em termos de valor de quilates exportados, a uma subida de 12,4 milhões USD em termos absolutos.

Entretanto, ao longo de 2022, as fábricas de lapidação compraram um total de 14.310,01 quilates de diamantes brutos, o equivalente a 13.388.799 USD.

Comparativamente ao ano de 2021, as fábricas reduziram as suas compras em cerca de 45%. A culpa é da incerteza dos preços no mercado internacional e da redução da procura por diamantes lapidados. Outra justificação prende-se também com a os atrasos no reembolso do IVA.

Segundo a Sodiam, a situação influenciou negativamente os planos de tesouraria das empresas de lapidação. Algumas fábricas, como a KGK (Luanda), SPD, Pedra Rubra e Kapu Gems, reduziram temporariamente as suas operações em 2022.

No entanto, a empresa Stardiam localizada no Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, continuou o processo de reforma no interior da sua unidade fabril, com vista a torná-la numa estrutura de trabalho mais funcional, prevendo-se a sua reabertura no II trimestre deste ano.

Incentivos

Para estimular a actividade de lapidação de diamantes em Angola, o Governo aprovou um regime provisório de incentivos que contempla, entre outras, a implementação de um mecanismo de adiantamento financeiro para a mitigação do impacto que o atraso do reembolso do IVA, associado às produções adquiridas para a lapidação local, por motivos não imputáveis às fábricas, tem sobre a viabilidade do exercício da actividade de lapidação em Angola.

Por outro lado, a Sodiam vai continuar a vender uma quota de 20% “run of mine” às fábricas locais de lapidação e às empresas que as detêm, não podendo a produção ser vendida a outros compradores, salvo nos casos de incapacidade técnica e, ou, financeira, situação em que as produções poderão ser vendidas aos demais compradores internacionais.

Apesar dos incentivos, as fábricas deverão lapidar todas as pedras consideradas lapidáveis em Angola, de acordo com o critério definido pela Endiama e pela Sodiam, podendo exportar em bruto o remanescente através das empresas que as detêm.

Expansão , 30/05/2023