Exportação de recursos minerais, sem os diamantes e petróleo, vale só 83 milhões USD

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A exploração comercial de cinco minerais gerou uma receita de 2,0 mil milhões USD em 2022. Os diamantes representam a maior fatia, cerca de 96% da produção. As rochas ornamentais, ferro gusa, o ouro e o manganês valem apenas 4%.

Os números das exportações de recursos minerais em 2022 ainda são muito curtos. Tirando os diamantes, petróleo e gás, os minerais produzidos e exportados, no ano passado, valem uma receita bruta de apenas 83 milhões USD, indicam os dados do balanço do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET) referente ao ano passado.

As estimativas do MIREMPET apontam para a existência no subsolo angolano de pelo menos 35 dos cerca de 45 minerais mais importantes do comércio mundial, com destaque para os diamantes, fosfatos, substâncias betuminosas, ferro, cobre, magnésio, manganês, lítio, ouro e rochas ornamentais.

No ano passado, Angola explorou comercialmente, além dos diamantes, petróleo e gás, que são os minerais mais comercializados, rochas ornamentais, ouro, ferro gusa e manganês, embora existam outros projectos mineiros para a produção de terras raras e densas, lítio e fosfato. O País explora apenas quatro dos 35 minérios estratégicos mundialmente comerciáveis, o que representa uma exploração de apenas 11% do seu potencial.

Além dos diamantes, petróleo e gás, que são os minerais explorados no País, foram também explorados comercialmente, no ano passado, rochas ornamentais, ouro, ferro gusa e manganês, embora existam outros projectos mineiros para a produção de terras raras e densas, lítio e fosfato.

Especialistas apontam que a corrida à exploração de petróleo e diamantes fez sonegar a produção de outros minerais estratégicos. Entretanto, o PCA da Agência Nacional de Recursos Minerais, Jacinto Rocha, em entrevista ao Expansão, disse que a reestruturação do sector mineiro está a permitir a entrada de mais investidores para investir em minerais fora dos petróleos e diamantes.

Jacinto Rocha garantiu que empresas como a AngloAmerican e Rio Tinto estão a investir na prospecção de áreas densas e produção de fosfato nas províncias do Cuando Cubango e Moxico, já que considera a nova perspectiva de um sector que pode gerar muitas receitas para os cofres do Estado.

Rochas ornamentais

Segundo os dados do ministério da tutela, em 2022, a produção de rochas ornamentais aumentou 82,0% para 156,8 mil metros cúbicos, face ao mesmo período do de 2021. Durante o período em análise, o granito negro e o marrom foram os produtos mais produzidos, representando cerca de 85,67% e 9,56%, respectivamente. Só no ano passado o país produziu 134,3 mil metros cúbicos de granito negro, contra os 74,3 mil metros cúbicos registados em igual período do ano anterior, o que representa um aumento de 80,5% face ao total produzido em 2021. Assim, a taxa de crescimento médio anual da produção de rochas ornamentais foi de cerca de 30,0%, que, de acordo com o MIREMPET, revela uma exploração de grande escala, o que coloca o país entre os grandes produtores deste recurso.

Em termos geográficos, grande parte da produção de rochas ornamentais concentrou-se na província da Huíla, que detém 96% da produção nacional. De acordo com o documento, a província produziu, em 2022, cerca de 150,5 mil metros cúbicos de diversos tipos de rochas, um aumento de 99,5%, face a 2021.

Assim, durante o ano de 2022, foram exportados 167,3 mil metros cúbicos de rochas ornamentais, num valor total de 32,5 mil milhões Kz (cerca de 71,3 milhões USD), a um preço médio ponderado de 193,9 mil Kz por metro cúbico.

As empresas Hipermáquinas Granitos, com cerca de 52,04% da produção e a Angostone com 8,61%, foram as que mais produziram rochas ornamentais no ano passado. A Hipermáquinas, que tem concessões com minas nas províncias do Cuanza Sul, Huíla e Namibe, produziu 81,5 mil metros cúbicos em 2022, contra os 27,5 mil metros cúbicos do ano anterior, representando um aumento 196,3%. Já a Angostone, com duas minas, uma na Huíla e outra no Namibe, de acordo com o balanço do MIREMPET, conseguiu extrair cerca de 13,5 mil metros cúbicos de rochas diversas, contra os 1,5 mil metros explorados em 2021.

Expansão , 11/01/2023