O stock da dívida pública de Angola, pelo menos até ao II trimestre de 2022, situava-se em 29,69 biliões de kwanzas, equivalente a 70,365 mil milhões de dólares norte-americanos, de acordo com as demonstrações financeiras aprovadas pela Assembleia Nacional, e publicadas em Diário da República a 21 de Abril. O documento consultado pel’O Telegrama revela quais são os maiores fornecedores do Governo no estrangeiro: LR, GE Capital, GEMCORP
A trajetória da dívida pública de Angola vem conhecendo um misto de incertezas. Os números mais recentes constantes no Relatório de Execução do Orçamento Geral do Estado referentes ao segundo trimestre de 2022 espelham o quadro da dívida governamental, tanto a nível interno como externo.
O compromisso que o País tem com os credores, se excluirmos deste cálculo a dívida das empresas estatais, ronda os 29,69 biliões kwanzas, quase duas vezes superior ao que o governo do Presidente João Lourenço prevê arrecadar e gastar no exercício económico de 2023.
O Balanço da Dívida Pública indica que 32% foram concedidas por instituições internas, sendo que os 68% se referem à Dívida Externa.
Até 30 de junho de 2022, a dívida das empresas públicas, designadamente a Sonangol e TAAG, cifrou-se em 1,68 bilhões kwanzas, equivalentes a 3,989 mil milhões USD. Se somado com a dívida governamental, o stock da dívida pública de Angola está cifrado em 74,355 mil milhões USD. Entretanto, se comparado com o stock da dívida pública do II trimestre de 2021, há uma redução de 29%.
Externamente, no item sobre as relações bilaterais, Pequim (China) mantém a posição de maior credor, seguido de Lisboa (Portugal) e em terceiro lugar está Ottawa (Canadá).
A dívida comercial, fundamentalmente aos bancos, é o item que mais pesa, comportando valores na ordem dos 21,723 mil milhões USD, o que representa 40 por cento da dívida que o governo tem para com as instituições internacionais.
Das 8 institucionais internacionais de que Angola é parte e mantém uma relação multilateral, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Banco de Desenvolvimento Africano (B.A.D) são as instituições cuja linha de crédito ronda os 8 mil milhões USD.
Há ainda a dívida externa para com os fornecedores, especialmente grupos financeiros poderosos como a israelita LR, a norte-americana GE Capital e a GEMCORP, este último de origem desconhecida. Os angolanos devem a estas três multinacionais 2,682 mil milhões USD.