“Angola é hoje um país aberto ao exterior”, sublinhou Arlindo Chagas Rangel, defendendo que as empresas portuguesas podem ter um papel fulcral na afirmação da economia angolana.
A internacionalização e diversificação da economia angolana passará muito pela captação de investimento, projecta o presidente da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX), apontando, aos sectores agroalimentar e farmacêutico.
Para tal, a estabilidade governativa do país, as reformas que promovam um ambiente de negócios favorável e a juventude da população são factores-chave de atração e Portugal, pela proximidade cultural e económica, é a porta de entrada ideal.
Arlindo Chagas Rangel, presidente da AIPEX, aproveitou a conferência ‘Doing Business Angola 2024’ organizada em conjunto pelo JE e Forbes África Lusófona para sublinhar as vantagens competitivas angolanas e a evolução do país para um destino cada vez mais atrativo para investimentos de capital estrangeiro, lembrando o potencial de crescimento da economia. Em particular, os sectores agroalimentar e farmacêutico serão os com maior potencial para ajudar na diversificação de um país ainda muito dependente de matérias-primas, sobretudo as energéticas.
“Angola é hoje um país aberto ao exterior. Estamos disponíveis e abertos para receber investidores e turistas. Recentemente, isentamos 98 países de vistos, incluindo Portugal. […] Somos um país politicamente estável, com uma força de trabalho jovem e um exemplo de sustentabilidade no sector energético”, destacou o presidente da AIPEX, apontando ainda o “processo contínuo de reformas legislativas” para melhorar o ambiente de negócios.
Além destas reformas, que incluem a lei do investimento privado, Arlindo Chagas Rangel salientou o pacote de “incentivos fiscais e aduaneiros” disponíveis para os empresários que decidam investir em Angola, que incluem reduções “de 20% a 25% das taxas de imposto por dois a 15 anos, de acordo com o tipo de projecto e localização”.
“Há muito mais para explorar em Angola”, continuou, admitindo ainda “os muitos desafios” que afetam o país. Um deles será “garantir a segurança alimentar da população”, o que passa por “reduzir o volume de importações alimentares”, que chega a 200 milhões de dólares por mês.
“Convidamos os empresários presentes a abraçarem este desafio”, lançou, recordando também a vontade de desenvolver uma indústria farmacêutica no país “que permita ter uma oferta de medicamentos mais disponível e competitiva”.
As empresas portuguesas serão chave na obtenção destes objectivos, continuou o presidente da AIPEX. As semelhanças culturais, a começar pela língua, facilitam as ligações entre as duas economias, sendo que Portugal se assume como um dos principais exportadores para Angola – em sentido inverso, este é “um destino atrativo para empresas portuguesas no processo de internacionalização”, um aspecto ainda mais relevante numa fase em que o tecido produtivo português procura ganhar escala e quota de mercado.
“Contamos com o apoio e experiência das empresas portuguesas”, afirmou, vendo no know-how português “um factor diferenciador” na decisão de investir em Angola. “Pretendemos que Portugal seja a porta de entrada das exportações angolanas para o continente europeu”, rematou.
Forbes África Lusofona , 18/06/2024