Crédito bancário caiu 3,5% em 2022 para 4,6 biliões Kz

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O crédito para sectores da produção tem vindo a crescer desde a implementação do PRODESI. Por outro lado, a construção continua em queda e hoje já não é o terceiro sector com mais crédito, ocupando a quinta posição. Comércio a grosso e a retalho e consumo dominam ranking.

O crédito bancário à economia angolana encolheu 3,5% passando de quase 4,8 biliões Kz para pouco mais de 4,6 biliões Kz, de acordo com dados do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre o stock de crédito na banca. Contas feitas, são menos 167,1 mil milhões Kz que em 2021. E os principais “culpados” por esta descida são os sectores do comércio a grosso e a retalho (-203,7 mil milhões Kz) e da construção (-213,5 mil milhões Kz).

Depois de cinco recessões económicas consecutivas, entre 2016 e 2021, a construção continua a sentir dificuldades para regressar ao que já foi no passado, já que o crédito a este sector caiu 36% para 384,7 mil milhões Kz. Aliás, até 2021 este sector bastante penalizado pela crise era o terceiro sector com mais crédito, ocupando agora a quinta posição, sendo ultrapassado pela indústria transformadora e pelo sector agro-pecuário, precisamente os sectores que mais têm beneficiado de financiamentos no âmbito do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI).

O stock de crédito da indústria transformadora no final de 2022 era de 539,6 mil milhões Kz, um crescimento de 16% face a 2021, enquanto o do sector da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca subiu 27% para 397,1 mil milhões Kz. Apesar das alterações face a 2021, no topo do crédito bancário continuam a estar o comércio e o consumo. Por cada 1.000 Kz que os bancos têm emprestados à economia, 220 Kz estão no sector do comércio e 200 Kz estão nos empréstimos a particulares, que pressupõe ser crédito ao consumo. O crédito a particulares cresceu 10% face a 2021.

Assim, comércio, onde se encontra a maioria das empresas nacionais e consumo valem 42% do total do crédito bancário nacional, equivalente a pouco mais de 1,9 biliões Kz. Destaque ainda para o crescimento no crédito à indústria extractiva (1,%), às actividades de informação e comunicação (8%) e às actividades administrativas e dos serviços de apoio (222%). Em sentido contrário, a descer, destaque para as actividades financeiras e de seguros (-10%), transporte e armazenagem (-8%) e alojamento e restauração (-15%).

Expansão , 17/02/2023