A expansão de um bilionário projeto de minerais críticos na África, apoiado pelos EUA, está agora em suspenso devido a um congelamento da ajuda externa sob a administração Trump.
A expansão de um dos mais importantes projetos de minerais críticos da África, financiado pelos EUA, está agora em um impasse devido a um amplo congelamento da ajuda externa sob a administração Trump, criando uma oportunidade para a China intervir.
O projeto ferroviário do Corredor do Lobito, uma iniciativa crucial de infraestrutura projetada para transportar minerais da Faixa de Cobre da África Central — lar de algumas das mais ricas reservas de cobalto e cobre do mundo — até a costa angolana para exportação para os mercados ocidentais, está no centro da crise.
O projeto é um dos muitos empreendimentos de mineração e energia na África que receberam promessas de financiamento da Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA (DFC), com suporte adicional da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Agora, porém, autoridades governamentais e desenvolvedores temem que esses planos possam desmoronar. O financiamento para estudos de viabilidade, serviços técnicos e pagamentos iniciais essenciais foi congelado, deixando o futuro do Corredor do Lobito em risco, segundo a Bloomberg.
Embora os projetos estejam alinhados com as metas da administração em relação aos minerais críticos, a incerteza em torno deles ilustra como o presidente Donald Trump introduziu instabilidade até mesmo em investimentos estratégicos.
Uma das maiores preocupações é a reabilitação de uma ferrovia na República Democrática do Congo (RDC), uma infraestrutura essencial conectada ao Corredor do Lobito. Em dezembro, os EUA e a União Europeia assinaram um acordo com o Congo para estudar o projeto, cujo custo pode chegar a US$ 1 bilhão, segundo quatro fontes.
A USAID havia alocado US$ 250.000 para explorar modelos financeiros para a renovação da ferrovia, incluindo a possibilidade de parcerias público-privadas com empresas ocidentais e financiamento da DFC. Além disso, uma solicitação de US$ 5 milhões foi submetida para financiar um estudo pré-viabilidade atualizado, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.
Embora os EUA, a União Europeia e o Banco Europeu de Investimento continuem envolvidos no projeto, o financiamento americano está agora congelado por tempo indeterminado, gerando incerteza sobre o futuro da iniciativa.
Analistas alertam que, se os EUA recuarem no apoio às ambições africanas, especialmente na agregação de valor, as nações africanas poderão recorrer ao financiamento mais substancial e consistente da China ou de novos players como a Arábia Saudita.
Africa Business Insider, 20/02/2025