Consórcio Trafigura Group Pte Ltd, Vecturis, S.A. E Mota-Engil, Engenharia e Construção África, S.A vai gerir corredor do Lobito

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O Executivo angolano, através do Ministério dos Transportes, atribuiu ao consórcio Trafigura Group Pte Ltd, Vecturis, SA e Mota-Engil, Engenharia e Construção África, SA, a concessão do Corredor do Lobito. Nos próximos 30 anos, o consórcio formado pelas três empresas vai assumir a operação, a exploração e a manutenção do transporte ferroviário de mercadorias entre o Lobito e o Luau, assim como a manutenção de toda a da infra-estrutura existente ao longo do Corredor.

O valor do prémio de assinatura desta concessão é de 100 milhões de dólares, valor em linha com o montante doutras concessões no sector dos transportes em Angola, tendo permitido diferenciar os concorrentes com base na sua capacidade financeira face à dimensão dos activos em causa.

Com as rendas negociadas,  o Estado angolano vai arrecadar, em cada período de 10 anos, os seguintes montantes:  $319.436703,19 nos primeiros 10 anos,  $787.455.410,86 entre o décimo primeiro e o vigésimo, e $919.053.959,17 nos últimos 10 anos.

Ao nível da carga a transportar, as previsões apontam para os seguintes ganhos: 1.677,70 toneladas no 5º ano de concessão, 2.982,31 de toneladas no décimo ano, 4.979,23 toneladas no vigésimo ano, e 4.979,23 toneladas no trigésimo e último ano.

Nos termos da concessão agora adjudicada o concessionário vai investir $256.039095 em infra-estruturas, $73.396.479 em equipamentos e material circulante, e um valor adicional de $4.345,235 em actividades diversas.

Esta concessão tem a duração de 30 anos, podendo ser extensível a 50 anos caso o concessionário opte por construir o ramal ferroviário Luacano (Moxico) – Jimbe (Zâmbia).

Mas a adjudicação do Corredor do Lobito encerra outros benefícios relevantes para o país, designadamente o impacto directo no desenvolvimento de indústrias fortemente dependentes da cadeia logística, como são a agricultura e as minas, e a consequente criação de empregos em cada uma delas. E também a criação de oportunidades para o desenvolvimento de pequenos negócios adjacentes ao transporte ferroviário e uma alternativa ferroviária competitiva face ao transporte rodoviário, capaz de contribuir para a redução das tarifas de transporte de carga.

Financeiramente, a exploração do Corredor do Lobito vai permitir que o transporte ferroviário “venha a aportar um conjunto de benefícios positivas, contribuindo para o desenvolvimento local e regional, em torno da linha férrea, e podendo representar uma contribuição para o Produto Interno Bruto estimada entre 1,6 a 3,4 mil milhões de dólares”, sublinha Ricardo Viegas D’Abreu, Ministro dos Transportes.

O mesmo responsável sublinha que “a comprovada capacidade técnica e a robustez financeira das empresas integrantes do consórcio são uma garantia para a correcta operacionalização do transporte das mercadorias no Corredor do Lobito”.

Com mais de 70 anos em Angola, a Mota Engil é uma das principais prestadoras de serviços de construção de infra-estruturas a nível mundial. Alia-se no consórcio vencedor à multinacional líder em distribuição de metais e minerais em todo o mundo, a Trafigura, e à Vecturis, operadora ferroviária de origem belga, com forte atividade de transporte ferroviário (passageiros, minérios e carga comercial) em países africanos como a República Democrática do Congo, Tanzânia, Camarões, Madagáscar, Côte d’Ivoir, Burkina Faso e Argélia, e também no Brasil, Rússia e Paquistão.

19/07/2022