A Inapa, que atua na indústria papeleira e que em 2023 teve um prejuízo de 8 milhões de euros, não conseguiu financiar a sua subsidiária na Alemanha, e vai avançar para insolvência tanto na Alemanha como em Portugal. O Estado tem uma posição de 45%
A Inapa, empresa papeleira com mais de 1400 trabalhadores e presença em 10 países, irá avançar “nos próximos dias” com um processo de insolvência, revelou o grupo em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A Inapa tem o Estado, através da Parpública, como maior acionista, com uma participação de 45%.
A insolvência da empresa resulta da incapacidade de assegurar financiamento para a sua subsidiária na Alemanha, que acaba de entrar no mesmo processo. A Inapa revela que a sua empresa alemã teve uma “carência de tesouraria de curto prazo” no montante de 12 milhões de euros.
A Inapa garante ter feito “todos os esforços” junto de credores e acionistas, em especial junto da Parpública, mas “não se encontrou solução de financiamento” para a subsidiária alemã, que, assim, será apresentada à insolvência esta segunda-feira, 22 de julho.
A administração da Inapa diz ter analisado a sua situação financeira, tendo deliberado “apresentar a Inapa IPG à insolvência nos termos da lei portuguesa, o que será formalizado nos próximos dias”.
Além de Portugal e da Alemanha, a Inapa está presente em Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo, Áustria, Países Baixos, Turquia e Angola. Em 2023 o grupo, que entrou em bolsa em 1980, teve vendas de 969 milhões de euros, menos 20% do que no ano anterior. O resultado líquido, no entanto, traduziu-se num prejuízo de 8 milhões de euros, depois de em 2022 a empresa ter registado um lucro de 17,8 milhões de euros.
Segundo o relatório e contas relativo a 2023, a Parpública era no final do ano passado o maior acionista da Inapa, com 45%, seguido da Nova Expressão, com 10,85%, e Novo Banco, com 6,55%, estando o restante capital disperso por acionistas com participações menores.
Expresso, 22/07/2024