Os bispos da CEAST mostraram-se esta quinta-feira, 16, preocupados com o elevado índice de desemprego no País e também com o crescimento da emigração que se tem verificado nos últimos meses em Angola.
Segundo os bispos católicos angolanos, que aconselharam o Executivo a criar políticas de emprego para a juventude, a falta de emprego está visível aos olhos de todos os cidadãos.
A CEAST entende que os pequenos negócios, sobretudo as cantinas e pequenas lojas, devem ser, por Lei, somente, para os angolanos, negócios explorados em Angola habitualmente por cidadãos de países da África Central e Ocidental, de população maioritariamente islâmica.
“Há negócios que deveriam ser feitos para cidadãos angolanos. Não sei se há muitos países em que qualquer cidadão chega, pega na água, na areia e no burgal (pedrinhas usadas na construção) e faz um negócio”, disse o bispo Belmiro Tchissengueti, porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé em conferência de imprensa, lamentando que os cidadãos nacionais sejam “apenas ajudantes”.
Segundo o porta-voz da CEAST, o Governo tem de encontrar medidas e meios que priorizem os nacionais na criação do emprego.
“Há muitas oportunidades de emprego que devem ser regularizadas. Uma delas, concretamente, é a produção diamantífera. Bem regularizada haverá uma integração mais efectiva”, assegurou a CEAST.
Os bispos católicos angolanos mostraram-se ainda preocupados com a má-qualidade das obras das estradas do País e os seus orçamentos, considerando-as caras demais em relação às dos países vizinhos.
“Os preços das obras das nossas estradas devem ser os mais altos a nível da África Austral ou mesmo de toda África”, garante a CEAST, que apela ao Executivo para olhar para “os bons feitos dos países vizinhos”.
“Vamos à Namíbia, onde as estradas são boas, e perguntar como fizeram para podermos imitar também”, realçou o porta-voz da CEAST.
Questionado sobre a proposta da nova divisão político-administrativa do País, o também bispo de Cabinda disse que deve ser prioridade a implementação das autarquias, para desenvolver o País o mais depressa possível.
Novo Jornal, 16/02/2023