Segundo o presidente da instituição, do grupo Caixabank, a previsão é que a operação ocorra no primeiro semestre de 2025 e prevê a Oferta Pública Inicial de 15% da sua participação no banco angolano.
O Banco Português de Investimento (BPI) está a seleccionar parceiros internacionais para realizar a Oferta Pública Inicial (IPO, em inglês) de 15% da sua participação no Banco Fomento Angola (BFA), mas reforçou que a sua intenção é sair do capital da empresa.
“Já arrancámos com os grupos de trabalho, juntamente com o IGAPE [Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado], de Angola, para a preparação do IPO”, afirmou o presidente do banco, João Pedro de Oliveira e Costa, em conferência de imprensa, em Lisboa.
Segundo o presidente do banco, do grupo Caixabank, a previsão é que a operação ocorra no primeiro semestre de 2025.
“Estamos naquela fase de selecção dos advisors internacionais que nos irão apoiar na elaboração do próprio caderno”, indicou Pedro de Oliveira e Costa, citado pela Lusa.
Apesar de o banco acreditar que há investidores interessados, refere a agência de notícias portuguesa, João Pedro Oliveira e Costa sublinhou que a inclusão de Angola na lista cinzenta do GAFI poderá ser “algo condicionante” no processo.
“Lamentamos que isso tenha ocorrido, mas vamos prosseguir o nosso caminho”, sublinhou, apontando que o Executivo angolano tem adotado as medidas necessárias para sair desta lista.
Ainda assim, João Pedro Oliveira e Costa sublinhou que o objectivo do BPI é “neste processo e a seguir, vender 100% da posição” que detém no BFA. “Nós entendemos a IPO como um caminho para sair da posição que temos, que foi anunciado variadíssimas vezes”, disse.
Considerando que o mercado africano pode colocar algumas dificuldades a um sector tão regulamentado como a banca, o presidente do banco admitiu que vê “com muita dificuldade aparecerem investidores internacionais do mesmo sector”.
O Estado angolano detém, indiretamente, 51,9% das acções do BFA, através da operadora de telecomunicações Unitel, e o restante 48,1% do capital do banco pertence ao grupo português BPI, que já tentou anteriormente reduzir a sua participação na instituição bancária angolana.
A IPO deverá levar à entrada em bolsa do equivalente a 30% das acções do BFA. Tais acções devem ser vendidas através de uma operação na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva).
Inicialmente previsto para o período 2019-2022, com um total de 195 activos públicos por privatizar, o PROPRIV – Programa de Privatizações d o Governo de Angola – foi prorrogado para o período 2023-2026, por intermédio do Decreto Presidencial nº78/23 de 28 de março.
O BPI apresentou hoje os resultados do terceiro trimestre deste ano, acumulando lucros de 444,1 milhões de euros desde o início do ano, uma subida de 14% em termos homólogos.
Segundo o Banco Português de Investimentos, o BFA terá contribuído com cerca de 39 milhões de euros para o resultado líquido do grupo, numa redução de 8% face ao mesmo período de 2023, diminuição que João Pedro Oliveira e Costa, atribui à desvalorização da cotação do kwanza, moeda angolana.
Forbes África Lusofona , 11/01/2024