O processo de reestruturação do BPC está quase concluído e dentro de 24 meses o país conhecerá um novo banco público, garantiu na sexta feira passada o seu PCA, em entrevista à RNA.
O banco, de acordo com o responsável, já não está numa condição de falência técnica, fruto das medidas adoptadas.
“Temos estado a trabalhar na normalização dos processos e o grande desafio que temos para de facto estabilizar o banco é a implementação de um novo core bancário”. O actual, realçou, já é bastante antigo e por isso precisa de ser substituído, desafio que poderá ser alcançado no final do próximo ano.
“A partir de 2024 teremos um novo banco. Espero nesta altura termos já o banco nas suas instalações definitivas. Notam-se agora melhorias do ponto de vista de disponibilidade de serviços”, afirmou.
André Lopes disse também que apesar do processo de reestruturação em curso, o banco continua a conceder crédito à economia e apontou como exemplo os mais de 70 mil milhões de kwanzas desembolsados nos três últimos meses deste ano.
“Existem muitas dificuldades que inviabilizam o acesso ao crédito pelas empresas porque muitas delas não conseguem apresentar estudos de viabilidade que atendam às necessidades de risco de crédito”. A par disso, afirmou o PCA, as garantias que as empresas oferecem nem sempre são as mais adequadas. “Muitas das que necessitam de crédito não têm sequer contabilidade organizada que nos permita conhecer a história da empresa.”
O passado do banco é caracterizado pela atribuição de créditos que nem sempre reuniram as condições em termos de garantias adequadas e, por isso, neste momento a Administração está apostada em inverter este quadro.
“Daí a necessidade que temos de analisar as propostas de forma criteriosa para que aquelas iniciativas que possamos aprovar sejam de facto crédito de qualidade.”
25/07/2022
