O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu esta sexta-feira em reduzir a taxa básica de juro 19,5% para 18% , depois de analisada os indicadores macroeconómicos dos últimos tempos.
Além da redução da taxa básica de juro, o BNA também mexeu na taxa de juro da facilidade permanente de decência de liquidez de 21% para 18% e a taxa de juro de facilidade permanente de absorção de liquidez de 15% para 14%.
Esta decisão, de acordo com o governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, fundamenta-se na redução da inflação observada ao longo do ano de 2022 e uma certa redução das pressões inflacionistas.
Para o processo de decisão tomada, o CPM analisou também contexto económico monetário nacional e internacional.
Alívio no crédito
A decisão tomada de redução de todas as taxas directoras do BNA vai permitir, num primeiro momento, que os cidadãos e empresas que tenham créditos na banca em moeda nacional, referenciados ao Luibor, taxa do mercado interbancário, possam assistir um alívio.
Essas taxas, além das transacções que ocorrem no dia-a-dia, são influenciadas por acção do BNA, com base nas suas referências, como é taxa de juro de facilidade permanente de decência de liquidez, na qual os bancos comerciais recorrem ao Banco Central, quando têm uma necessidade de liquidez.
“Se esta taxa é mais baixa, significa que os bancos terão a condição de, para suas necessidades de liquidiz, recorerrem à custos mais baixos e poderão ser repassados aos seus clientes”, esclareu José de Lima Massano.
De acordo com, José de Lima Massano, a redução é o que se vai assistir num primeiro momento, admitindo que ” não temos expectativas de um forte crescimento do crédito num curto prazo.
Por este motivo, apontou, o crédito há-de continuar a crescer naturalmente a um ritmo que , nesta altura, para efeito de objectivo de redução da inflação, não se encontra assim tão deslocado.
Neste momento, uma das maiores preocupações do Banco Central é a eficácia dos instrumentos de transmissão de Política Monetária, segundo o responsável.
Ao se ter condições mais favoráveis, o BNA garante que as famílias e empresas com crédito em moeda nacional verão as taxas mais reduzidas.
Com taxas de juros mais baixas prevê-se assistir, de igual modo, mais projectos a entrarem para um quadro de viabilidade, visto que os custos financeiros terão a tendência de ser mais baixos.
Com o incremento do crédito a acontecer, o BNA augura um impacto positivo do ritmo da economia e outros pressupostos existentes, afastando perigos que possam afectar o curso de desinflação que a economia vem registando.
A redução das taxas de juro vai afectar aos eventuais novos pedidos de crédito que forem feitos, cujos efeitos poderão ser sentidos nos próximos 90 dias.
Angop, 21/01/2023