O BCP já adquiriu 161.362.894 ações, representativas de 1,07% do seu capital social, no âmbito do programa de recompra que lançou, por um total de quase 96 milhões de euros.
Em comunicado emitido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a banco liderado por Miguel Maya informa esta sexta-feira que, no âmbito do programa, adquiriu “161.362.894 ações, pelo valor total de 95.917.689,80 euros, detendo agora um total de 161.362.894 ações próprias, representativas de 1,07% do seu capital social”.
Em 8 de abril de 2025, o BCP informou que, nessa data, a sua Comissão Executiva tinha aprovado “um programa de recompra de ações próprias no montante global de 200.000.000,00 euros, com início a 14 de abril de 2025 e término a 14 de outubro de 2025 (inclusive), sem prejuízo da possibilidade da sua cessação antecipada, designadamente por decisão do Banco ou caso o número máximo de ações a adquirir ou o montante pecuniário máximo estabelecido sejam atingidos”, segundo uma nota no seu ‘site’.
O banco explicou que, no âmbito do seu Plano Estratégico 2025-28, “prevê executar programas de recompra de ações próprias, tendo como objetivo assegurar, conjuntamente com o pagamento de dividendos ordinários, uma distribuição aos acionistas de até 75% do resultado líquido consolidado gerado de 2025 a 2028, sujeito à aprovação das autoridades competentes”.
Recorde que a Sonangol, empresa estatal angolana de petróleo, é uma das principais acionistas do banco, detendo aproximadamente 19,49% do capital social, o que a posiciona como o segundo maior acionista, atrás apenas do conglomerado chinês Fosun International, que possui cerca de 20,03% .
A participação da Sonangol no BCP remonta a 2007, quando a empresa foi instruída pelo governo angolano a investir no banco português. Esse investimento não foi uma decisão estratégica da gestão da Sonangol, mas sim uma imposição governamental, conforme revelado em documentos internos da empresa.
Apesar de discussões sobre a possível saída da Sonangol do capital do BCP, a empresa tem mantido sua posição acionária. Em julho de 2024, o governo angolano expressou satisfação com os investimentos em empresas portuguesas, incluindo o BCP, indicando planos de manter essas participações.
C/Jornal de Negócios, 30/05/2025