A petrolífera italiana Eni e a britânica BP apresentaram ontem, 1 de Agosto, a Azule Energy, uma empresa conjunta que vai ser responsável pelas operações petrolíferas que ambas têm em curso em Angola.
No evento, teve lugar numa das unidades hoteleiras de Luanda, o CEO da Azule Energy disse que esta nova empresa herda mais de três décadas de operações bem sucedidas da BP e da ENI em Angola, combinando, entre outras, uma impressionante carteira de dezasseis blocos com cerca de dois mil milhões de barris equivalentes de reservas.
“Uma empresa que produz actualmente mais de duzentos mil barris de petróleo equivalente por dia, e que espera crescer até aos duzentos e cinquenta mil barris de petróleo equivalente por dia nos próximos cinco anos”, destacou Adriano Mongini, acrescentado que a parceria entre as duas empresas faz da Azule a protagonista chave no sector do gás natural, uma vez que a empresa é a operadora do Novo Consórcio da Gás, e accionista do Angola LNG.
“A Azule Energy assumirá também a quota da ENI na Solenova, uma empresa de energias renováveis detida conjuntamente com a Sonangol, e prosseguirá igualmente com a colaboração na refinaria de Luanda”, anunciou o CEO durante o discurso na cerimónia de lançamento da Azule Energy.
A Azule, fez saber, é independente das “empresas mãe”, financeiramente autónoma e está empenhada em conduzir os negócios de forma ética, e com os mais altos níveis de integridade e transparência. O seu foco principal, referiu, é e será a saúde, a segurança, o ambiente e o impacto na comunidade.
“A Azule Energy orgulha-se de possuir uma carteira de novos projectos que estão programados para entrar em funcionamento nos próximos anos, crescendo organicamente a partir das descobertas de exploração. Estes projectos incluem o desenvolvimento do Agogo e do Ndungu através do Projecto Integrado Agogo e PAJ”, esclareceu Adriano Mongini.
Além disso, acrescentou, estes incluem também o Novo Consórcio de Gás, o primeiro projecto de gás não associado no país, que irá apoiar as necessidades energéticas crescente da economia angolana e reforçar o seu papel como exportador global de Gás Natural Liquefeito.
Recorde-se que no dia 11 de Marco de 2022 a Bp e a Eni assinaram o acordo para a constituição de uma nova empresa independente e equitativamente detida pelas duas firmas (50/50), a Azule Energy, através da articulação dos seus negócios em Angola.
Os principais activos incluídos na transacção são os Blocos 18 e 31 no offshore de Angola, operados pela Bp, que tem participações não operadas nos blocos 15, 17, 20 e 29. A petrolífera britânica tem também participações não operadas no NGC e Angola LNG.
Fazem também parte dos activos, os Blocos 15/06, Cabinda Norte, Cabinda Centro, 14/1, 28 operados pela Eni e o novo consórcio de gás. Adicionalmente, a Eni tem participações nos blocos não operados 0 (Cabinda), 3/05, 3/05A, 14, 14 K/A-IMI, 15 e no Angola LNG.
Espera-se que a participação acionista da Bp na produção da Azule Energy seja de aproximadamente 100.000 boe/d e da ENI de aproximadamente 100.000 boe/d. De acordo com a parceria estabelecida, a Azule Energy tem a obrigação de adquirir a participação da Eni na Solenova.
O valor dos activos brutos da Bp objecto desta transacção a 31 de Dezembro de 2021 era de aproximadamente USD 6,8 mil milhões, sendo que os activos geraram um lucro bruto de aproximadamente USD 1,1 mil milhões de dólares. Enquanto o valor dos activos brutos da Eni que são objecto desta transacção em 31 de Dezembro de 2021 era de aproximadamente USD 7,3 mil milhões e no exercício encerrado em 31 de Dezembro de 2021 os activos geraram um lucro bruto de aproximadamente USD 0,5 mil milhões.
08/02/2022