A Barragem contará com um volume útil estimado em 25,2 milhões de metros cúbicos, 17 metros de altura do barramento, quatro metros de largura na crista e 844 metros de comprimento.
Arrancaram nesta quarta-feira, as obras de construção da Barragem da Cova do Leão, na margem direita do Rio Cunene, no município da Cahama, província do Cunene. O acto de consignação da infra-estrutura foi orientado pelo Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.
As obras vão durar 24 meses e têm como empreiteiro a empresa Engevia, Engenharia e Construções. O orçamento é de 284,41 milhões de dólares, a serem financiados pela empresa GEMCORP.
O projecto a ser construído na margem direita do rio Cunene, é uma iniciativa integrada no conjunto de acções prioritárias do Governo angolano, através do Instituto Nacional dos Recursos Hídricos, sob gestão e monitorização do Gabinete para a Administração das Bacias Hidrográficas do Cunene, Cubango e Cuvelai (GABHC).
Denominado Cunene 8, o projecto corresponde aos lotes 7, 8 e 9 e contará com um volume útil estimado em 25,2 milhões de metros cúbicos de água, 17 metros de altura do barramento, quatro metros de largura na crista e 844 metros de comprimento. Vai abastecer os municípios da Cahama e Curoca e estima-se atender perto de 240 mil pessoas e 30 mil cabeças de gado.
Estão igualmente previstas 17 mil ligações domiciliares, mais de 250 chafarizes, irrigação de uma área de aproximadamente 75 hectares, nos municípios da Cahama e Curoca e garantir mais de 1.400 empregos.
Os trabalhos prevêem um conjunto de acções que vão desde a construção de um sistema de abastecimento de água às comunas sede da Cahama e de Otchinjau, assim como a reabilitação de nove represas.
No município do Curoca, está prevista a execução de um sistema de abastecimento de água em Oncôncua, baseado no aproveitamento de furos artesianos existentes, bem como a realização de novas captações subterrâneas.
De acordo com a nota, para além de levar água às comunidades, o projecto vai, também, permitir mitigar os graves problemas actuais decorrentes da seca extrema e, deste modo, inverter o ciclo crescente de êxodo populacional, o risco de insegurança alimentar, entre outros.
João Baptista Borges disse que, com o lançamento dos trabalhos, o Executivo levará não apenas água, mas também esperança para a população da margem direita do rio Cunene, dos municípios da Cahama e do Curoca.
Informou que este sistema de abastecimento de água vai mitigar os graves problemas actuais decorrentes da seca extrema e, deste modo, inverter o ciclo crescente de êxodo populacional, o risco de segurança alimentar, entre outros.
Afirmou que o programa de combate à seca é uma iniciativa integrada no conjunto de acções prioritárias do Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, em ver o problema da falta de água resolvido.
Os projectos estruturantes de combate aos efeitos da seca, na margem direita do rio Cunene, resultaram de dois encontros de auscultação às comunidades, realizado em Dezembro de 2021, no município do Curoca e em Fevereiro deste ano, na Cahama.
A seca e a fome de 2021 afectou 77 mil e 343 pessoas no município da Cahama e 43 mil pessoas no Curoca.
*Com JA e Angop, 06/07/2022
