Fitch Solutions prevê crescimento de 68% na produção de gás na África subsaariana até 2032

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Moçambique, Nigéria, Mauritânia e Senegal serão os grandes impulsionadores da subida de produção e exportação de gás natural da África subsaariana, segundo a consultora.

A consultora Fitch Solutions considerou nesta segunda-feira, 30, que a produção de gás na África subsaariana sairá dos actuais 80,5 mil milhões de metros cúbicos para 135,2 em 2032, um crescimento de aproximadamente 68%, com Moçambique a ser um dos principais exportadores.

A perspectiva dos analistas é que a expansão da capacidade de exportação de Gás Natural Liquefeito [LNG, na sigla em inglês] venha a ser a maior área de investimento nos próximos anos.

Num relatório sobre o sector do gás natural na região, enviado aos clientes, citado pela Lusa, os analistas da consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings destacam, além de Moçambique, também a Nigéria, Mauritânia e Senegal, como os grandes impulsionadores da subida da produção e exportação de gás natural.

“O projecto FLNG Coral, da Eni, é o primeiro de três planeados para Moçambique, e deverá entrar em funcionamento no segundo semestre deste ano, posicionando o país como um produtor e exportador líquido de LNG”, escrevem, alertando, no entanto, que a situação de insegurança no norte do país continua a colocar um grande risco para o regresso das operações da TotalEnergies e para a decisão final de investimento da ExxonMobil.

“Antevemos que o primeiro gás da TotalEnergies comece a ser produzido em 2016 e que a decisão final de investimento da ExxonMobil ocorra este ano, com a primeira produção em 2017”, escrevem, acrescentando, ainda assim, que “as incertezas sobre a resolução dos ataques dos insurgentes colocam estas previsões cada vez mais em risco”.

Na visão da consultora Fitch Solutions, a região da África subsaariana “está bem posicionada” para beneficiar do aumento da procura do seu gás, mas lembram das consequências da invasão da Ucrânia pela Rússia e a vontade dos europeus de diversificarem as fontes de compra de gás, procurando afastar-se do gás russo.

Neste contexto, a Nigéria é tida como “fundamental”, uma vez que, dizem os autores do relatório, “vai representar quase metade da procura interna de gás na região”, que precisa de mais infra-estruturas para potenciar a procura por parte dos seus habitantes locais, algo que os decisores políticos já terão percebido e estão a tentar resolver, nota a Fitch Solutions.

Forbes África Lusofona , 30/01/2023