Africell estende rede pelo país dentro de três anos

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Os serviços de telecomunicações da Africell chegarão às 18 províncias do país dentro dos próximos três anos, declarou à ANGOP o administrador para Estratégia da empresa, Gonçalo Farias.

Em declarações recentes, à margem de um fórum sobre transformação digital, Gonçalo Farias disse que, nessa altura, além de Luanda, Benguela e Lobito, já têm o sinal na província do Cuanza Sul, mas preferiram não publicar por falta de estabilidade e amplitude.

Avançou que o sinal da Africell vai chegar ao Lubango, capital da província da Huíla, no primeiro semestre de 2023.

Retorquindo à questão por que a operadora demora fazer a cobertura da sua rede a todo país, Gonçalo Farias disse que o problema não é financeiro, mas está relacionado a obras, licenciamento e instalação de equipamentos (…).

“Temos que fazer obras em todas as províncias, temos que importar material, instalar, optimizar, licenciar e testar. Todo este trabalho leva tempo e a demora não tem a ver com a questão financeira”, explicou o interlocutor.

Outras vezes, detalhou o administrador, o problema tem a ver com a capacidade de garantir que os fabricantes forneçam-nos o material necessário dentro dos prazos previstos, num contexto em que há uma procura muito grande de equipamentos de telecomunicações por todo mundo.

Precisou que às vezes são contrariados, também, no desembaraço da logística do recinto portuário ou aduaneiro, que prega partidas ao terem contentores retidos.

Entretanto, disse não entender a razão da pressão da imprensa e dos clientes em pretender que haja cobertura do país já, sendo que a Unitel levou três anos para se estender além de Luanda e seis anos para ter uma cobertura nacional, referiu o entrevistado, sublinhando que a Africell tem menos de um ano a operar.

Na óptica de Gonçalo Farias, o mais importante para a imprensa seria olhar para o mercado, saber se há concorrência e desequilíbrios. “ O mercado das telecomunicações está a crescer bem”, rematou.

Por outro lado, questionado se a Africell dependia das infra-estruturas da sua concorrente Unitel, o administrador Gonçalo disse que não, mas partilha a rede com a TVCabo.

Actualmente, um dos temas mais aceso que opõe as duas operadoras de telefonia do mercado angolano é a extinção da rede 2G e 3G, uma proposta da Unitel, contrariada pela Africell, pois entende que a digitalização do mercado não depende da questão de preços dos aparelhos de telemóvel.

A Unitel defende que a digitalização do mercado passa pela eliminação da rede 2G e 3G, que permite o uso de telemóveis de botão – mais baratos, para a 4G, mas a Africell entende que a barreira para a digitalização tem a ver com a forma como a legislação do país é feita, a sua compatibilidade com a geração de códigos para o acesso à automação e à utilização de forma simples.

O mercado de telefonia móvel em Angola é liderado pela Unitel com pelo menos 12 milhões de clientes, enquanto a Africell tem aproxidamente cinco milhões, seguida da Movicel com 1,5 milhões.

Angop, 19/12/2022